09/10/2014

Funções Sintáticas - Ficha Informativa

GN – grupo nominal
É constituído por um nome ou um pronome, sozinhos ou acompanhados por outras palavras.
Exemplos:
1.       NOME – Van Gogh foi um grande pintor.
2.       PRONOME – Ninguém ficou ferido. / Ela visitou a madrinha.
3.       DETERMINANTE + NOME – Esta pintora é admirável.
4.       QUANTIFICADOR + NOME – Muitas árvores estão floridas.
5.       DETERMINANTE + NOME + ADJETIVO – Os alunos estudiosos são sempre compensados.
6.       DETERMINANTE + NOME + GRUPO PREPOSICIONAL – A água deste rio não está poluída.

GV – grupo verbal
É constituído por um verbo ou por um complexo verbal, sozinhos ou acompanhados por outras palavras.
Exemplos:
1.       VERBO – As crianças adormeceram.
2.       COMPLEXO VERBAL[1]As crianças têm crescido.
3.       VERBO + GUPO NOMINAL – As crianças comeram um bolo.
4.       VERBO + GUPO NOMINAL + GUPO PREPOSICIONAL – As crianças deram o leite ao gato.
5.       VERBO + GUPO ADJETIVAL – As  crianças são irrequietas.
6.       VERBO + GRUPO PREPOSICIONAL – As crianças foram à praia.
7.       VERBO + GRUPO ADVERBIAL – As crianças moram muito perto.
8.       COMPLEXO VERBAL + GUPO PREPOSICIONAL -  O lixo foi apanhado pelos voluntários.

GAdj – grupo adjetival
É constituído por um adjetivo ou por uma sequência de palavras cujo núcleo é o adjetivo.
Exemplos:
1.       ADJETIVO – Esta paisagem é lindíssima.
2.       ADVÉRBIO + ADJETIVO – Aquela casa é muito grande.
3.       ADJETIVO + GRUPO PREPOSICIONAL – As cores são lindas de morrer.
                                                  
GPrep – grupo preposicional
O núcleo é uma preposição seguida de um grupo nominal ou de um advérbio.
Exemplos:
1.       PREPOSIÇÂO + GRUPO NOMINAL – Van Gogh pintou com muitas cores. / Ela falou de alguns problemas.
2.       PREPOSIÇÂO + ADVÉRBIO – Eles foram para ali. / Não o vejo desde ontem.

GAdv – grupo adverbial
É constituído por um advérbio ou por uma sequência de palavras cujo núcleo é um advérbio.
Exemplos:
1.       ADVÉRBIO – A Carlota mora perto. / Hoje vou ao cinema.
2.       ADVÉRBIO + ADVÉRBIO – A Carlota mora muito perto.
3.       ADVÉRBIO + GRUPO PREPOSICIONAL – A Carlota mora perto da escola.


FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS GRUPOS CONSTITUINTES DAS FRASES
1.       Sujeito
2.       Predicado
2.1. Complemento direto
2.2. Complemento indireto
2.3. Complemento oblíquo
2.4. Predicativo do sujeito
2.5. Complemento agente da passiva
2.6. Modificador verbal
3.       Vocativo
4.       Modificador de frase

1.       SUJEITO
Tipos de sujeito:
1.       Sujeito simples: constituído por um único grupo nominal ou pronome.
                                                    A criança está feliz. Ela está feliz.
2.       Sujeito composto: constituído por dois ou mais grupos nominais ou por dois ou mais pronomes.
                                                    A mãe e a criança estão felizes.  Eu, tu e ele estamos felizes.
3.        Sujeito nulo: quando não está expresso.
                                                    (Elas) Estão no jardim.
3.1.  Sujeito nulo subentendido: o sujeito não está expresso, embora, pelo contexto, se possa identificar.
                                                 (Eu) Tenho irmãs gémeas. (Elas) São iguaizinhas.
3.2. Sujeito nulo indeterminado: remete para uma entidade não especificada – alguém, há quem, há pessoas que.
                                                 Diz-se que vai continuar o calor. (Alguém diz…)
                                                 Na reunião, discutiram-se muitos problemas. (Na reunião, há pessoas que…)
3.3. Sujeito nulo expletivo: surge normalmente com verbos meteorológicos e em algumas frases com o verbo haver.
                                                 Chove muito.

2.       PREDICADO
É a função sintática desempenhada pelo grupo verbal. O predicado expressa aquilo que se diz sobre o sujeito.
2.1. Complemento direto
É a função sintática desempenhada por uma constituinte da frase selecionado por um verbo transitivo direto[2]
Exemplos:                                                          predicado
                                                     A Susana faz os trabalhos de casa.
                                                                     o quê?      complemento direto

                                                                             predicado
                                                     A Susana encontrou uma amiga.
                                                                       quem?         complemento direto

O complemento direto pode ser substituído pelos pronomes pessoais complemento: o, a, os, as.
                                                     Ele lê os trabalhos. Ele lê-os.




2.2   Complemento indireto
É a função sintática desempenhada por um constituinte da frase exigido por um verbo transitivo indireto[3] ou transitivo direto e indireto[4].

                                       Quem?                                      O quê?                         a quem?
A Marta         conta                 um segredo               ao Frederico.
  Sujeito         verbo                complemento            complemento
                      transitivo              direto                         indireto
         O complemento indireto, geralmente, liga-se ao verbo através de uma preposição. O complemento indireto pode estar representado por um pronome pessoal
                                               A Marta conta-lhe um segredo.

2.3   Complemento oblíquo
É a função sintática desempenhada por um constituinte exigido por determinados verbos:
·         Verbos locativos: morar, viver, residir, habitar…
A minha prima mora em França.
·         Verbos de movimento: ir, vir, partir, chegar…
A minha prima partiu para Paris.
·         Verbos com significado de duração: datar, durar, prolongar…
A viagem durou duas horas.
·         Verbos com significado de necessidade, carência: precisar, necessitar, carecer..
Por vezes, ela precisa de vir a Portugal.
O complemento oblíquo pode ser representado por:
·         Um grupo preposicional
Ela chegou de Paris. Ela mora em Paris.
Ela veio de avião. Ela foi à praia.

·         Um grupo adverbial
Ela mora lá. Ela veio cá. Ela foi ali.
Distinguir o complemento oblíquo do complemento direto – o complemento oblíquo nunca pode ser substituído pelos pronomes pessoais o, a, os, as, o que acontece com o complemento direto.
Distinguir o complemento oblíquo do complemento indireto – o complemento oblíquo nunca pode ser substituído pelos pronomes pessoais me, te, lhe, lhes, o que acontece com o complemento indireto.
2.4   Predicativo do sujeito
É a função sintática desempenhada pelo constituinte que, selecionado por um verbo copulativo[5], atribui ao sujeito quer qualidades ou estados, quer uma localização (no espaço e no tempo).
O predicativo do sujeito pode ser realizado por:
·         Um grupo nominal – As bailarinas parecem umas bonecas.
·         Um grupo adjetival – O público está silencioso.
·         Um grupo adverbial – As bailarinas ficaram ali até chegar a noite.
·         Um grupo preposicional – Agora, as bailarinas estão em férias.


Distinuir a função de complemento direto das funções de predicativo do sujeito.
·         O complemento direto é sempre selecionado por um verbo principal transitivo direto e não atribui qualquer característica ao sujeito. -  Aquela bailarina faz uma alimentação saudável.
·         O predicativo do sujeito é sempre selecionado por um verbo copulativo, atribui uma característica ao sujeito e concorda com o sujeito em género e número quando é adjetival.
- Aquela bailarina é linda.

2.5   Complemento agente da passiva
É a função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um verbo transitivo direto conjugado na voz passiva.
O complemento agente da passiva é sempre realizado por um grupo preposicional introduzido pela preposição por (e suas contrações pelo, pela)
                      As árvores foram arrancadas pelo vento.
                      O bolo foi feito por mim.
O complemento agente da passiva não pode ser substituído pelos pronomes O, a, os, as, me, te, lhe, nos, vos, lhes.

2.6   Modificador verbal
É a função sintática desempenhada por um constituinte que não é selecionado pelo verbo.
- O modificador de um verbo é sempre facultativo.
                      O Pedro caiu ali.
O modificador verbal pode ser representado por:
      - um grupo adverbial: Eles comeram muito bem.
      - um grupo preposicional: Eles comeram com apetite.
      - uma oração: Eles comeram porque estavam com fome.
Valores do modificador
- Valor locativo (lugar)
A Sara festejou o aniversário no parque. / Uma árvore caiu no pátio. / Choveu em Trás-os-Montes.
- Valor temporal (tempo)
O Tiago leu um poema na semana passada. / Uma árvore caiu durante a noite.
- Valor causal (causa)
Os gelados derreteram-se com o calor. / As cerejas estragaram-se devido à chuva.
- Valor modal (modo)
O Tiago leu o poema expressivamente. / Uma árvore caiu com um grande estrondo.


3.       VOCATIVO
É a função sintática desempenhada por uma palavra ou expressão que, numa frase, interpela, chama ou invoca diretamente alguém ou algo personificado.
           Ó Fábio, despacha-te
           Aonde vais, ó Fábio?
Fizeste uma bela pintura, Fábio!
O vocativo pode ser colocado no início, no interior ou no fim da frase.
Ó meninos, silêncio, não gritem!
                Silêncio, meninos, não gritem!
                Silêncio, não gritem, meninos!
Importante: O vocativo é sempre separado por vírgulas; pode ou não ser introduzido pela interjeição ó; nunca tem determinantes artigos nem demonstrativos.
4.       MODIFICADOR DE FRASE
É a função sintática desempenhada por um constituinte facultativo que ocorre associado a toda a frase, não se incluindo, assim, no interior de qualquer dos seus constituintes (GN. GV, GPrep, …)
O modificador de frase pode ocorrer em diversas posições na frase.
Apesar do frio, as crianças brincam na neve. / As crianças brincam na neve, apesar do frio.
                          As crianças, apesar do frio, brincam na neve.




[1] Complexo verbal é a sequência formada por dois ou mais verbos em que apenas um é o verbo principal, sendo os restantes verbos auxiliares. Exemplos: O João tem lido muito. (tem – verbo auxiliar, lido – verbo principal)
[2]  Verbo transitivo direto: é o verbo que seleciona complemento direto, exigindo a sua presença na frase. (Exe: empurrar, observar, encontrar…)
[3]   Verbo transitivo indireto: é o verbo que seleciona complemento indireto ou complemento oblíquo. (Ex: obedecer, agradar, telefonar, pertencer, gostar, sorrir, pertencer…) 
[4]  Verbo transitivo direto e indireto: seleciona complemento direto e indireto, ou complemento direto e oblíquo. (Ex: oferecer, contar, segredar, escrever…
[5] Verbo copulativo: é o que, numa frase, tem a função de ligar o sujeito a uma sua qualidade ou estado. OS verbos copulativos são: ser, estar, ficar, continuar, parecer, permanecer, andar (os verbos continuar e andar podem também pertencer a outras subclasses  - Ele continuou a andar (transitivo direto) / Eles andam depressa. (intransitivo)

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